Ata de nossa reunião de 18 de outubro de 2023
Hora: 19h
Lugar: Benjamin Osteria Moderna, Av. Carlos Gomes, 400, térreo
Livro: Dom Casmurro, de Machado de Assis
Nosso encontro se deu novamente no Restaurante Benjamin, na mesma grande mesa em um sala separada, Sala Regina. Foi exigida a realização de um depósito prévio para a efetivação da reserva, que mais uma vez foi gentilmente providenciado pela Karin.
Compareceram ao encontro 9 (nove) integrantes do clube: Cléo, Denise, Evelyn, Karen Karin, Lise, Malu, Suzana e Titina.
Iniciou-se a reunião com muitas conversas das amigas. Falamos sobre beleza, felicidade, gerenciamento da velhice, mobilidade, lucidez. A Cléo cumpriu sua promessa de comportar-se de forma exemplar, deve-se registrar. Tiramos a tradicional fotografia, com o pior fotógrafo que já vimos em todas as reuniões realizadas. Vejam as fotos e avaliem. Fizemos um brinde à amizade e parceria. E degustamos burratas com pães e grissinis. A seguir, demos início aos trabalhos, após pedir que fosse baixado o som ambiente, que estava bem alto.
Falei sobre o escritor, Joaquim Maria Machado de Assis, nascido no Rio de Janeiro em 1839. É considerado o maior nome da literatura brasileira. Escreveu em praticamente todos os gêneros. Foi poeta, cronista, contista, romancista, dramaturgo, jornalista e crítico literário. Testemunhou a abolição da escravatura, a implantação da república, tendo comentado esses eventos do fim do século XIX. Nasceu pobre, mal estudou. Escreveu 10 romances, 205 contos, 10 peças e mais de 600 crônicas. Casou-se com Carolina Augusta Xavier de Novais que o ajudou a se desenvolver.
A seguir, e com poderes que me foram transmitidos pela nossa presidente, apresentei suas observações sobre o livro:
Obra clássica da literatura brasileira, o romance foi escrito em 1899. Período repleto de mudanças sócio-políticas, como abolição da escravatura (1888); proclamação da República (1889); entrada dos imigrantes no Brasil; modernização do país; etc...
O livro relata a história de um homem de posses que ama uma moça pobre e se casa com ela. Na velhice ele escreve as memórias, portanto, lembranças da vida...desde criança, quando era chamado de Bentinho.
O ciúme é abordado com brilhantismo na narração e provoca polêmicas em torno do caráter da CAPITU, personagem feminina mais conhecida da literatura brasileira!
(lembro da Evy que disse, quando decidimos ler Machado de Assis, que teríamos que ler o livro da Capitu . Capitu se tornou mais popular que Dom Casmurro...
A narração sempre trouxe uma situação inquestionável de adultério, do ponto de vista do marido traído. Mas na medida, em que a sociedade passa a discutir a igualdade dos direitos entre homem e a mulher, surgiram interpretações de que a narrativa pudesse ser expressão de ciúmes doentio que cega o narrador e o faz conceber uma traição imaginária.
O livro, a meu ver, permite essa conclusão, na medida de que o narrador é problemático, emotivamente arrasado e instável. Narra fatos que não conhece bem, os supõe, podendo ser fruto de sua imaginação.
No mais, uma leitura primorosa, escrita maravilhosa que nos faz sentir o sabor das palavras...
Todas gostaram do livro! E gostaram de ter lido Dom Casmurro. Embora tenha começado meio lento, opinião geral, depois ficou bem bom. A polêmica que se seguiu é clássica: Capitu traiu ou não traiu Bentinho? Apenas três das amigas acreditam que ela tenha traído: Denise, Evelyn e Suzana. Denise ainda criou uma tese inovadora, disruptiva até, de que Capitu tenha traído por amor, para dar um filho a Bentinho. Quanto ao adultério, é bom lembrar que, na época do livro, era crime. Mas havia uma distinção entre o adultério masculino e o feminino. Embora a pena, de prisão com trabalhos, de 1 a 3 anos fosse a mesma, o adultério feminino era tido como consumado pela mera conjunção carnal. Já o masculino somente era caracterizado se o cônjuge varão tivesse uma amante teúda e manteúda.
Finda a apreciação da obra, jantamos, nhoques, rigolis, peixe, spaghetti, torteletti, ravioli, etc e dividimos asobremesa. E falamos sobre a guerra, Israel, Hamas, Líbano, Há quem acredite tratar-se do início da 3ª guerra mundial.
Várias e ótimas sugestões de livros foram apresentadas e analisadas. Por fim, foi escolhido o livro ‘É a Alles´’, de Jon Fosse, escritor e dramaturgo norueguês, que ganhou o Nobel de literatura 2023, para o próximo mês, com reunião marcada para o dia 07 de novembro. Já ficou marcada a de dezembro para o dia 13, ambas a serem confirmadas em data mais próxima.
Bjo a todas, Titina.