Por sugestão de uma amiga interessada em reunir o grupo e incentivar a leitura, criamos de forma bastante informal, um CLUBE DE LEITURA que está em plena atividade e já debate (outubro de 2011) seu quarto livro. Nossos encontros são mensais e  recheados de muitas discussões. Como não somos experts, muito menos críticos literários, debatemos os sentimentos que os livros nos proporcionam, o que tem se mostrado muito rico do ponto de vista do crescimento individual e da convivência coletiva fraterna.
         A criação deste Blog é para que registremos a trajetória do Clube. O nome TOSCANA, surge para homenagear  aquela região italiana que, após  uma viagem que fizemos ( entre 11 casais)  para visitá-la, em abril de 2011, ela ficou indelevelmente marcada nos nossos corações. Como a criação do CLUBE DE LEITURA,  decorreu da parceria desenvolvida naquela viagem, a continuidade  do convívio daquele grupo (hoje ampliado), também justifica a homenagem.
         Este  Blog, que é restrito às participantes do CLUBE DE LEITURA TOSCANA, poderá conter  toda espécie de comentários, sugestões e propostas referentes a livros (lidos ou não), filmes, músicas,  peças teatrais e/ou shows , sobre os quais queiramos compartir impressões.
Bem vindas amigas!

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Reunião de 5/08/2013- O Silêncio das Montanhas


     Fui a última a chegar ao acolhedor apartamento da Cléo. A anfitriã exibia aquele sorriso lindo que conhecemos e demonstrava, a cada pequeno gesto, a alegria de nos receber. Dizia, cheia de orgulho: - estamos todas aqui, ninguém faltou! Foram servidos os quitutes da Chef Juliana que estavam deliciosos e, juntamente com o vinho branco e espumante gelados, nos acompanharam incessantes por toda a noite de debates.

Um brinde cheio de sorrisos  antes do debate
     O Silêncio das Montanhas comoveu a todas nós. É um livro especial, repleto de histórias dentro da história, com  personagens ricos, profundos e imperfeitos, como convém a quem procura contar a realidade. Nossa Presidente tentou estabelecer a ordem por diversas vezes, tentávamos deixar as companheiras falarem, mas eram tantas impressões que afloravam na nossa lembrança, que não conseguíamos ficar quietas por um minuto sequer. Depois da já clássica apresentação do autor feita pela Titina, Lise começou dando a sua opinião. Ela acha que foi o melhor livro que já leu, eu também. Lisinha pesquisou sobre o Taliban, pois queria ter um entendimento mais completo da obra, se emocionou com as Paris (as duas) no cuidado e dedicação que tiveram com seus genitores. Karin estava logo ao lado e tinha que sair mais cedo- ela anda tremenda, chega atrasada numa, sai mais cedo na outra...- mas a perdoamos porque é linda, ainda mais agora 9 kg mais magra. Então, Karinzita ressaltou a interferência da religião na política, na vida e na história de quase todas as personagens e a dificuldade de inserção destas pessoas numa sociedade ocidental. 
      Arlete estava descontraída, como diria um amigo nosso, toda soltinha... Ela lembrou da dificuldade que teve Idris em conciliar a sua realidade financeira com a vivida pelo povo do Afeganistão. Estas antíteses foram uma constante no livro. Como fez questão de ler a Karen, "Além das noções de malfeito e benfeito, existe uma ravina. Encontro você lá". Este pensamento de Rumi (muito citado no livro) resume bem o aspecto subjetivo que envolve o bem e o mal, o certo e o errado, o bom e o ruim. Cada um com sua visão do justo, julgando ter feito o melhor, só que este melhor coincide com o pior para o outro. 
      Na obra, por exemplo, conhecemos Parwana, esposa do pai dos protagonistas Abdullah e Pari. Esta mulher apavorou a Suzana e a Titina! Pra nossa meiga amiga, ela era muito malvada, capaz das piores atrocidades. A Su ficou chocada por ela ter derrubado a irmã da árvore, achava que tinha sido intencional. Já a Karen dizia que não, ela era uma sofredora que foi capaz de um ato de profunda generosidade ao abandonar a irmã no deserto. Evelyn lembrou dos primos Idris e Timur, completamente diferentes . O que era bonzinho, se revelou um covarde e o arrogante e desonesto acabou virando herói.  Um lado e o outro tão diferentes, mas cada um com sua justificativa, a sua explicação.
       O capítulo que se passa na Grécia, contado pelo médico Markos foi o que agradou mais. Denise ficou encantada pela mãe dele, uma mulher muito determinada e forte. Dedê sublinhou e leu para nós, vários trechos deste capítulo riquíssimo de sensibilidade e desafios. Quando chegou a vez da nossa perspicaz Malu, ela já não tinha mais o que dizer... de tanto que a gente tinha falado. Ela, que aliás estava quietinha, destacou a qualidade da escrita do livro. Comentamos também sobre a forma  que Hosseini encontrou para contar uma parte da vida de Markos, mixando fatos com a contagem para soltar o obturador da câmera fotográfica. Cléo fez muitas anotações e adorou o livro, ficou somente um pouco decepcionada com a ausência total de libido...
           Lídia ficou muito chateada porque quando Abdullah e Pari conseguiram se encontrar, depois de uma vida inteira de espera consciente por parte dele e inconsciente por parte dela, o irmão não conseguiu sequer reconhecê-la. Esta frustração só foi recompensada pela nova perspectiva que ganhou a vida das duas Paris. Nossa Presidente, sempre bem informada, por diversas vezes durante as discussões, nos situava no tempo e no espaço, citando datas, invasões e regimes do movimentado Afeganistão.
Nós e o Silêncio das Montanhas
      Bom, chegou a hora de resolver o que e para quando leremos o próximo livro. Várias indicações, como sempre da compenetrada Titina e da nossa eficientíssima Pres. Como algumas de nós vão viajar em setembro, optamos por um livro pequeno ainda para agosto e outro para o final do mês da Primavera. Aí começou um positivo bate boca... Em votação , de um lado, Clarice Lispector -  A Paixão Segundo G.H.   e de outro Moyan - Mudança. Votamos e para meu desespero ganhou Clarice. Eis que quando eu já estava me conformando insurge uma voz que vinha lá do lado da Suzana, e da Arletinha falando sem parar duma tal de barata, meleca branca , antenas se mechendo na boca... Acho que o nojo falou mais alto e a Lidinha resolveu fazer nova votação! OBA !!!!! Moyan venceu!  Será lido para dia 28 de agosto na casa virgem da Arlete, exatamente nesta ordem...Para 25 de setembro, a princípio, a leitura é LIVRE de Cheryl Strayed.





Pensaram que eu tinha acabado??? Que nada! Ainda veio o cafezinho, e docinhos lindos. Mas não foi tudo... Cléo parte para seu clássico sorteio de peças da PARISI . Fez um,     cuja vencedora foi a Malu, fez outro e a Suzana venceu ... e assim ela foi indo sorteando uma por uma, cada colega presente.  Não cabíamos em nós de tanta alegria! Valeu a pena esperar até o final. Porém este ainda não foi o  presente derradeiro, pois na despedida Cléo nos surpreendeu com vasinhos mignon  de plantinhas florais,  que lembravam a delicadeza  da nossa querida anfitriã. 





 Agora acabou!
 Bjs a   todas !
 Nos vemos na Arlete!
 Andrea