Fui a última a chegar ao acolhedor apartamento da Cléo. A anfitriã exibia aquele sorriso lindo que conhecemos e demonstrava, a cada pequeno gesto, a alegria de nos receber. Dizia, cheia de orgulho: - estamos todas aqui, ninguém faltou! Foram servidos os quitutes da Chef Juliana que estavam deliciosos e, juntamente com o vinho branco e espumante gelados, nos acompanharam incessantes por toda a noite de debates.
Um brinde cheio de sorrisos antes do debate |
Arlete estava descontraída, como diria um amigo nosso, toda soltinha... Ela lembrou da dificuldade que teve Idris em conciliar a sua realidade financeira com a vivida pelo povo do Afeganistão. Estas antíteses foram uma constante no livro. Como fez questão de ler a Karen, "Além das noções de malfeito e benfeito, existe uma ravina. Encontro você lá". Este pensamento de Rumi (muito citado no livro) resume bem o aspecto subjetivo que envolve o bem e o mal, o certo e o errado, o bom e o ruim. Cada um com sua visão do justo, julgando ter feito o melhor, só que este melhor coincide com o pior para o outro.
Na obra, por exemplo, conhecemos Parwana, esposa do pai dos protagonistas Abdullah e Pari. Esta mulher apavorou a Suzana e a Titina! Pra nossa meiga amiga, ela era muito malvada, capaz das piores atrocidades. A Su ficou chocada por ela ter derrubado a irmã da árvore, achava que tinha sido intencional. Já a Karen dizia que não, ela era uma sofredora que foi capaz de um ato de profunda generosidade ao abandonar a irmã no deserto. Evelyn lembrou dos primos Idris e Timur, completamente diferentes . O que era bonzinho, se revelou um covarde e o arrogante e desonesto acabou virando herói. Um lado e o outro tão diferentes, mas cada um com sua justificativa, a sua explicação.
O capítulo que se passa na Grécia, contado pelo médico Markos foi o que agradou mais. Denise ficou encantada pela mãe dele, uma mulher muito determinada e forte. Dedê sublinhou e leu para nós, vários trechos deste capítulo riquíssimo de sensibilidade e desafios. Quando chegou a vez da nossa perspicaz Malu, ela já não tinha mais o que dizer... de tanto que a gente tinha falado. Ela, que aliás estava quietinha, destacou a qualidade da escrita do livro. Comentamos também sobre a forma que Hosseini encontrou para contar uma parte da vida de Markos, mixando fatos com a contagem para soltar o obturador da câmera fotográfica. Cléo fez muitas anotações e adorou o livro, ficou somente um pouco decepcionada com a ausência total de libido...
Lídia ficou muito chateada porque quando Abdullah e Pari conseguiram se encontrar, depois de uma vida inteira de espera consciente por parte dele e inconsciente por parte dela, o irmão não conseguiu sequer reconhecê-la. Esta frustração só foi recompensada pela nova perspectiva que ganhou a vida das duas Paris. Nossa Presidente, sempre bem informada, por diversas vezes durante as discussões, nos situava no tempo e no espaço, citando datas, invasões e regimes do movimentado Afeganistão.
Nós e o Silêncio das Montanhas |
Pensaram que eu tinha acabado??? Que nada! Ainda veio o cafezinho, e docinhos lindos. Mas não foi tudo... Cléo parte para seu clássico sorteio de peças da PARISI . Fez um, cuja vencedora foi a Malu, fez outro e a Suzana venceu ... e assim ela foi indo sorteando uma por uma, cada colega presente. Não cabíamos em nós de tanta alegria! Valeu a pena esperar até o final. Porém este ainda não foi o presente derradeiro, pois na despedida Cléo nos surpreendeu com vasinhos mignon de plantinhas florais, que lembravam a delicadeza da nossa querida anfitriã.
Agora acabou!
Bjs a todas !
Nos vemos na Arlete!
Andrea