Ata de nossa reunião de 06 de agosto de 2025
Hora: 19h
Lugar: Restaurante MÜ, Rua Eudoro Berlinck, 260
Livro: O Desabamento, de Édouard Louis
Compareceram ao encontro 9 (nove) integrantes do clube: Cleo, Denise, Evelyn, Karen, Karin, Lise, Malu, Suzana e Titina.
Aperitivamos maravilhosos camarões e tomamos vinho branco.
A seguir, a foto, em vários ambientes, na busca do melhor ângulo e iluminação.
Iniciou-se conversando sobre variados assuntos e recentes acontecimentos na cidade. A seguir, veio a notícia por mensagem de que a Lidia não conseguiria comparecer, por motivo de saúde, o que surpreendeu a todas. Nossa integrante mais assídua! Foi lamentada a sua ausência e desejadas melhoras. Registre-se que a Lidia enviou seu resumo com apreciação do livro.
Falei sobre o autor. Édouard Louis, cujo nome original é Eddy Bellegueule, nascido em 30 de outubro de 1992 em Hallencourt, localidade da Picardia, no norte de França. Édouard cresceu numa família pobre, apoiada por subsídios sociais do governo, num meio onde o racismo, a homofobia e o alcoolismo eram uma constante e violenta presença. O seu pai foi trabalhador de fábrica durante uma década até que sofreu acidente do trabalho ficando acamado e incapaz de trabalhar. Eddy conseguiu sair de casa para estudar, ingressou na Universidade da Picardia Jules Verne e, em seguida, na prestigiosa École Normale Supérieure, em Paris, tendo sido o primeiro na família a frequentar a universidade. Escreve sobre a sua vida e de seus familiares, retratando um mundo onde a pobreza e o álcool acompanham a reprodução social, levando as mulheres a conseguirem empregos mal remunerados e abandonarem seus estudos e os homens a passarem da escola diretamente para o trabalho braçal nas fábricas. Sua escrita se enquadra no gênero literário autoficção biográfica, em que apresenta elementos da sua autobiografia.
A seguir, a Denise fez a leitura do resumo atenciosamente enviado pela Lídia: O livro "O Desabamento", de Édouard Louis, trata da dor física e emocional do irmão do autor, marcada por exclusão social, familiar e laboral, além da pressão da masculinidade tóxica. A obra aborda temas como homofobia, dor psíquica, masculinidade imposta e relações familiares marcadas pelo silêncio e desprezo. O autor escreve como uma tentativa de dizer, por meio da literatura, o que não conseguiu expressar diretamente ao irmão. É um livro duro, sensível e impactante, que trata do amor impossível entre irmãos e da fragilidade de corpos que não suportam mais sofrer em silêncio.
Passou-se, então, às apreciações de cada uma das amigas que leram o livro desse mês, por até três minutos, com o controle da ampulheta sendo feito pela Evelyn.
Iniciou-se pela Karin, que não havia falado na última reunião, tendo preferência, seguindo a ordem na mesa no sentido horário:
Karin não gostou do livro. Achou pesado, triste, depressivo, não tendo agregado nada.
Evelyn referiu o desamor. O irmão não foi amado, mas questiona, se tivesse sido, se tivesse oportunidade, seria diferente a sua vida? Talvez não, reflete.
Denise achou o livro bem escrito e afirma que o irmão, personagem principal, era bipolar. Os bipolares não se curam nunca, afirma.
Karen não gostou do livro. Admite que é bem escrito, em forma de diário. Não gostou e, a seu ver, o autor deveria ter tentado conversar com o irmão.
Suzana gostou muito, achou bem escrito, que o autor tem o dom da escrita e acredita que seja provável ganhador de um prêmio Nobel no futuro. Comentou, ainda, o sucesso mundial que o autor vem tendo com suas obras.
Lise achou o autor narcisista, que conta uma história íntima, e expõe o irmão doente e sua família violenta. O irmão não gostou da exposição, comenta, era depressivo, alcoólatra, e o livro foi escrito porque não sente nada quando o irmão morre.
Titina gostou muito do livro. Acha que o irmão tinha doença psiquiátrica, nunca diagnosticada e tratada. Comenta, ainda, o atraso da sociedade francesa na região em que moravam, a ignorância, o baixo nível intelectual da família.
Cleo diz que o autor é egoísta. O livro é pesado. Gostou mais no início, achou indevida a exposição do irmão, que foi muito maltratado na família.
O livro deu muita polêmica, o que é admitido por todas. Muito debate. Nesse sentido, foi um sucesso, registre-se.
Jantou-se, sempre muito bons os pratos, com predominância de pedidos do atum selado, como tem ocorrido.
Chá e cafezinho e depois (estranho) sobremesas lindamente apresentadas, quase obras de arte, e deliciosas, compartilhadas entre todas.
Conversou-se mais um pouco, foram relembrados acontecimentos, comentados romances, namoros, casamentos, costumes.
E, por fim votou-se o próximo livro, indicado pela Suzana: “Setembro Negro”, de Sandro Veronesi, autor italiano que vem fazendo muito sucesso, tendo estado recentemente participado da FLIP 2025.
A próxima reunião foi marcada para o dia 02 de setembro, uma terça-feira. Agendem-se!
Boas leituras a todas e até lá, bjo, Titina.