Ata de nossa reunião de 24 de maio de 2023
Hora: 19h 30min
Lugar: Pot. Pourri Pizzaria, na Rua Pedro Chaves Barcelos, 845, Bela Vista
Livro: Os Anos, de Annie Earnaux
Nosso encontro se deu na Pot. Pourri Pizzaria. Trata-se de uma pizzaria pequena, muito aconchegante, bem decorada, que disponibilizou para nosso grupo um espaço privado, no terraço à entrada do estabelecimento. Todas apreciamos muito o lugar, muito bem escolhido pela Cleo (como sempre), a quem atribuída a pesquisa e indicação do local de nossa reunião do Clube. As pizzas, para não deixar de registrar, estavam maravilhosas!
Compareceram 8 (oito) integrantes: Cléo, Karen, Karin, Lidia, Lise, Malu, Suzana e Titina.
Começamos o encontro aperitivando casquinhas de massa de pizza, e pizzas de carne de panela e queijo coalho.
Falei sobre a escritora, Annie Earnaux, romancista francesa, nascida em 1940, de muito destaque na França, que em 2022 foi agraciada com o Nobel de Literatura. Sua obra literária é principalmente autobiográfica, e ela foi a primeira mulher francesa a ser laureada com o Nobel de Literatura.
A seguir, a Lidia comentou a inovação adotada pela autora, de escrever uma autobiografia impessoal, o que aparentemente seria contraditório. Mas levou muito bem a tarefa. Annie adota um sujeito coletivo e indeterminado, que ocupa o lugar do eu criando um novo gênero literário, em que faz recordações pessoais mesclarem-se aos acontecimentos do século XX, traçando uma saborosa crônica dos anos vividos pela autora. O livro foi classificado como autossociobiográfico. E, ainda, como bem salientou a Lidia, sua escrita é objetiva, partindo do específico (contexto pessoal) para o geral (contexto social, histórico, cultural, econômico e político. Annie não usa o EU, escolhendo pronomes impessoais (ELA, NÓS). Ao fazê-lo, cria um certo distanciamento do que é relatado. O livro acompanha o crescimento e amadurecimento da autora, que olha para si própria buscando capturar mudanças de pensamento, de crenças, da sensibilidade geral e a transformação dos pessoas e coisas que ela conheceu e que não serão nada perto daquelas que sua neta e os indivíduos conhecerão em 2070. Ao mesmo tempo que traz o relato de sua vida, a autora contextualiza a história da Europa e da França. Nela estão a 2ª Guerra, a polarização política na França, com as sucessões presidenciais, a questão imigratória, o início do consumismo no mundo ocidental, os ataques terroristas, a vida dos intelectuais e celebridades, e muito mais. Quanto a questão imigratória, comenta, numa abordagem merecedora de registro, que “as pessoas acham normal mercadorias chegando do mundo interior e circulando livremente, enquanto pessoas são barradas nas fronteiras dos países.”
Como é comum acontecer, algumas amigas adoraram o livro, outras não gostaram tanto, embora todas reconheçam a inovação adotada pela autora de apresentar uma autobiografia impessoal.
O livro para o próximo mês já havia sido escolhido na reunião de abril: Flores para Algernon de Daniel Keyes. Foi indicado o livro Último Olhar de Miguel de Souza Tavares, a ser confirmado (ou não) para o mês seguinte.
Tiramos a já tradicional foto e degustamos as pizzas, com vinho branco, muito apreciadas por todas. De sobremesa, pizzas doces, também deliciosas.
Falou-se sobre assuntos gerais, viagens, e percepções interessantes, compartilhadas com alegria entre as amigas.
Ocorreu um fato inusitado, que foi a presença dos maridos de duas integrantes do grupo, já ao final de nosso evento, embora tenham sentado em mesa separada, distante da mesa de nossa reunião.
Ficou marcada a próxima data de reunião para o dia 21/06, uma quarta-feira, a confirmar-se.
Bjo às amigas, Titina.