Ata de nossa reunião de 28 de junho de 2023
Hora: 19h
Lugar: Koh Pee Pee, na Schiller, 83, Moinhos de Vento
Livro: Flores para Algernon, de Daniel Keyes
Nosso encontro se deu no Restaurante Koh PeePee, de comida tailandesa. Fomos instaladas em uma mesa grande, no andar superior, em uma sala reservada. Todas gostamos muito do lugar, restaurante já conhecido e frequentado pelas integrantes do Clube, e sempre muito apreciado. A sugestão foi da Lise e a reserva realizada pela Cleo, que conseguiu para a reunião uma mesa grande em um espaço reservado do estabelecimento.
Compareceram 8 (oito) integrantes: Cléo, Denise, Evelyn, Karin, Lidia, Lise, Suzana e Titina.
Todas chegamos cedo, algumas antes de abrir o restaurante, inclusive. Começamos o encontro conversando muito sobre moda, maquiagem, compras em viagens, festas, casamentos recentes, e outros assuntos bem divertidos, tomando vinho Chadornnay.
Falei sobre o escritor, Daniel Keyes, nascido em Nova York, em 1927, e falecido em 2014, com 86 anos. A sua principal obra é “Flores para Algernon”, justamente, que é utilizada como leitura obrigatória dos estudantes nos Estados Unidos.
A seguir, a Lídia comentou o romance, que conta a vida de Charlie, um homem de 32 anos, com QI baixo, de 68, que trabalha em uma padaria, ganhando 11 dólares por semana e que se submete a uma cirurgia revolucionária, que promete aumentar a sua inteligência. Ao realizar testes, Charlie disputa com Algernon, um rato, já submetido à cirurgia, na composição de um quebra-cabeças, e é derrotado. Ao reconhecer a superioridade do rato, que lhe provoca raiva, concorda em realizar a cirurgia, para se tornar inteligente. A cirurgia é um sucesso. A narrativa do livro é de um diário - proposta perfeita do autor - e acompanhamos as características emocionais do Charlie antes da cirurgia, quando ele sofria abuso emocional por parte de sua família, e, a seguir , de seus colegas de padaria, sem ter consciência. Ele não sofre, mas nós, os leitores, sofremos. A cirurgia permite que ele perceba tudo o que lhe aconteceu e acontece. Ao tornar-se inteligente, passa a disputar os espaços em igualdade e constata a mediocridade de seus colegas de padaria, família, etc. O sucesso da cirurgia, que depois percebe ser temporário, o afasta das pessoas próximas. Após a operação, Charlie passa a ver Algernon como um companheiro, alguém que entenderia o que ele está vivendo e que antecipa o que lhe acontecerá. Tudo que acontece com Algernon, a seguir acontece com Charlie.
O livro foi muito apreciado por todas. Criou-se uma empatia com Charlie. Antes da cirurgia, sofremos com os abusos que sofria. Após, sofremos com a sua dificuldade de adaptação à hipocrisia e dissimulação da humanidade e o afastamento de seu “mundo” que decorre da aquisição de inteligência. Quando Charlie ficou “inteligente” desacomodou as relações que tinha com todos. Através de flashes de memória, após a cirurgia, conhecemos os traumas de infância do personagem. As experiências que viveu foram chocantes e se refletem diretamente no seu desenvolvimento emocional. Tanto as lembranças do passado, como os acontecimentos do presente do Charlie são muito tristes. A narrativa, por meio dos diários, nos faz observar o mundo pelos olhos do personagem, que inicia escrevendo com graves erros de ortografia e de concordância, e com vocabulário bem restrito, e vai evoluindo de acordo com os progressos que obtém depois da cirurgia. O autor consegue, pela escrita, demonstrar a evolução e, no final, involução, de Charlie na capacidade de interpretar o mundo e as coisas. Charlie espera ficar inteligentes através da acumulação de conhecimentos, mas a cirurgia permite que ele acesse todos os locais de sua mente, até antes inacessíveis, concluindo como a sua vida foi miserável.
Houve bastante debate, o livro foi muito apreciado e, até, apontado por várias amigas como o melhor livro já lido no nosso Clube de Leitura. Algumas integrantes do Clube, contudo, não leram o livro, o que deve ser registrado, até para incentivar que sempre seja lido o livro escolhido (rsrsrs).
Foi comentado, a seguir o livro recém lançado por Ilze Scamparini, jornalista, correspondente da Rede Globo nas Itália: “Atirem no Meu Coração”. Foi comentado como sugestão de leitura para os próximos meses. Para julho já havia sido escolhido em maio o livro de Miguel de Souza Tavares “Último Olhar”.
A seguir, tiramos a foto, e passamos ao jantar, a lacarte desta vez, com escolhas individuais de pratos tailandeses, deliciosos, por cada integrante do Clube.
Por fim, foi marcada a próxima data de reuniãopara o dia 26/07, uma quarta-feira. Ao longo do mês, registre-se, a reunião foi adiada para a quarta-feira seguinte, dia 02/08.
Bjo a todas, Titina.