Por sugestão de uma amiga interessada em reunir o grupo e incentivar a leitura, criamos de forma bastante informal, um CLUBE DE LEITURA que está em plena atividade e já debate (outubro de 2011) seu quarto livro. Nossos encontros são mensais e  recheados de muitas discussões. Como não somos experts, muito menos críticos literários, debatemos os sentimentos que os livros nos proporcionam, o que tem se mostrado muito rico do ponto de vista do crescimento individual e da convivência coletiva fraterna.
         A criação deste Blog é para que registremos a trajetória do Clube. O nome TOSCANA, surge para homenagear  aquela região italiana que, após  uma viagem que fizemos ( entre 11 casais)  para visitá-la, em abril de 2011, ela ficou indelevelmente marcada nos nossos corações. Como a criação do CLUBE DE LEITURA,  decorreu da parceria desenvolvida naquela viagem, a continuidade  do convívio daquele grupo (hoje ampliado), também justifica a homenagem.
         Este  Blog, que é restrito às participantes do CLUBE DE LEITURA TOSCANA, poderá conter  toda espécie de comentários, sugestões e propostas referentes a livros (lidos ou não), filmes, músicas,  peças teatrais e/ou shows , sobre os quais queiramos compartir impressões.
Bem vindas amigas!

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

OS AMANTES DE CASABLANCA- Tahar Ben


 Ata de nossa reunião de 08 de outubro de 2024

Hora: 19:15h 

Lugar: Restaurante MÜ, Rua Eudoro Berlinck, 260

Livro “Os Amantes de Casablanca” de Tahar Ben Jellou


Compareceram ao encontro 7 (sete) integrantes do clube: Cleo, Karen, Karin, Lídia, Lise, Suzana e Titina.


Enquanto degustávamos as entradas, tempura de camarão, novamente, e outras entradinhas, conversamos sobre variados assuntos: reflexões sobre arte, como o fato de um servente de limpeza ter colocado no lixo uma obra de arte que consistiria em uma lata de cerveja, em um museu holandês, mulheres bonitas, que continuam bonitas ao envelhecer, como a Garota de Ipanema, Catherine Deneuve, e outras. E mais alguns assuntos.

Falei sobre o autor, Tahar Ben Jellou, nascido em Fez, em 1º de dezembro de 1947.  É um romancista, ensaísta, poeta e pintor franco-marroquino de expressão francesa. Venceu o Prêmio Goncourt de 1987 (o que nos impressionou). O autor morou no Marrocos até 1971 quando, diante do anúncio de que o ensino de filosofia no Marrocos seria arabizado, Ben transferiu-se para a França, conseguindo uma bolsa para se especializar em psicologia. Chega a Paris em 11 de setembro daquele ano. Desde então, a capital francesa converteu-se em seu lar. Em 1975, doutorou-se em psiquiatria social. Em 2006 tentou reinstalar-se na sua pátria, mas fracassou. Recorda-o assim: "Voltei ao Marrocos em 2006 com a intenção de ficar lá, mas foi difícil. Para viver em Marrocos há que conhecer os códigos e, ainda que eu os conheça, fatigam-me. Tive, ademais, más experiências familiares, de modo que terminei regressando a Paris. Amo o Marrocos, mas há duas coisas que não suporto - a falta de seriedade e a corrupção”. É o escritor francófono mais traduzido no mundo, vencedor de muitos prêmios literários.

A seguir, a Lídia resumiu o enredo. Trata-se de um romance que se passa em Casablanca, no ano de 2016. Nabile, médico pediatra, e Lamia, farmacêutica que administra uma grande indústria, com seus três filhos (uma adotiva), formam um casal moderno, bem-sucedido e entrosado. Até o dia em que Lamia se apaixona por Daniel, um homem de reputação duvidosa que vira seu mundo de cabeça para baixo. Seis meses depois, ela pede o divórcio. Qual será o futuro de uma mulher voluntariosa e desejante numa sociedade patriarcal, na qual a liberdade custa muito caro – sobretudo a liberdade feminina? Entre crítica social e romance psicológico, o livro narra a história de um casamento, não uma história de amor. A personagem Lamia, é bastante incoerente.  Uma mulher descrita como forte, batalhadora, profissional, cai em uma história superficial e banal com Daniel.  O casamento é mostrado como uma mera convenção social, que coloca os personagens na condição de bem-sucedidos perante a sociedade. Os filhos do casal não fazem parte da relação familiar.  Sua existência é apenas registrada.  Há frieza nas relações, destituídas de afeto, inclusive com os pais dos personagens principais. O livro relata uma sociedade em que coabitam judeus e muçulmanos.  A prosa do autor se mostrou arrastada, com narrativas previsíveis, limitando a profundidade emocional. 

O livro não foi apreciado pelo Clube, embora se tenha admitido que forneceu alguma dose de entretenimento.  Poderia ter aprofundado as motivações dos personagens.  Cogitou-se que o autor tenha utilizado alguma história de seus pacientes, ou de vários.  E, além de tudo, a capa era muito feia.  A pior capa de livro que o Clube já viu!

Mas, apesar de suas limitações, o fato é que o livro desencadeou a abordagem de vários assuntos relacionados a casamento, separações,  traições, amantes, amores e desamores, telefonemas anônimos e muito mais.

A seguir, passou-se ao jantar, muito bom.  Os pedidos consistiram, em sushi, atum selado, etc, de acordo com as preferências de cada uma das integrantes do Clube. Sobremesa repartida e, para beber, águas e vinho branco. 

Foi tirada a foto. 

Por fim, foi escolhido o livro “Bom Dia Tristeza” de François Sagan, para a próxima reunião, marcada  para o dia 06 de novembro, uma quarta-feira, em local a ser definido em data mais próxima.

Beijo às amigas, boas leituras, e até lá, Titina.

Deus na escuridão- Walter Hugo Mae

 



Ata de nossa reunião de 16 de setembro de 2024

 

 

Hora: 19:15
Lugar: Restaurante MÜRua Eudoro Berlinck, 260

Livro Deus na Escuridão”, de Walter Hugo Mãe

 

Compareceram ao encontro 8 (oito) integrantes do clube: Cleo, Evelyn, Karen, Karin, Lídia, Lise, Suzana e Titina.

 

Enquanto degustávamos as entradas, tempura de camarão e ceviche, conversamos sobre variadosassuntos: moda (sempre), roupas não descartáveis, casamentos, cremes para a pele, etc. 

 

Nem falei sobre o autor, Valter Hugo Mãe, porque já é bem conhecido das integrantes do clube.  Valter Hugo Mãe é o nome artístico do escritor português Valter Hugo Lemos, nascido em Angola, em 25 de setembro de 1971 e que, além de escritor, é editor, artista plástico, apresentador de televisão e cantor. Já lemos outra obra dele no passado, bem apreciada no Clube.

 

seguir, a Lídia resumiu o enredo. Trata-se de um romance profundo sobre o amor fraterno e a necessidade de cuidar de alguém.  Pouquinho (Serafim) e Felicíssimo (Paulinho), com seus pais, vivem nas alturas em uma casa incrustrada na rocha íngreme, na comunidade de Buraco da Caldeira, na Ilha da Madeira.  Naquela natureza indomável, numa paisagem legendária e com uma fé imensurável é que, na labuta diária, passam seus dias.  Um amor sublime os envolve.

 

Pouquinho nasceu “sem as origens”, uma condição física que era tida na comunidade como algo entre o estranho e o santificado.  Nasceu inteirinho mas “mordido entre as pernas”, uma criança abreviada.   Felicíssimo assumiu o cuidado do irmão caçula como um dever, mas também como um ato de amor. Felicíssimo jurou proteger o irmão de todos os males do mundo e exerceu a missão ao longo de sua vida não como uma obrigação, mas como um ato supremo de amor incondicional O livro explora a ideia de que amar se constitui em um sentimento que se exerce na “escuridão”, ali sempre presente.  O livro é um manifesto à lealdade e resiliência.   

 

O autor escreve com muitas expressões regionais o que dificultou o entendimento de alguns trechos, até metafóricos (como por exemplo as Repetidas, da Senhora Baronesa do Capitão).  Utilizou-se de uma escrita poética e figurativa, brincando com as palavras e os nomes dos personagens.   A leitura resulta menos fluída, exigindo um grau maior de concentração.

 

As leitoras avaliaram o livro como profundo, bonito, mas não muito apreciado.  Apenas três integrantes do Clube gostaram, efetivamente, do livro. Ainda assim, concluiu-se que foi bom ter lido a obra, embora não tenha sido tão agradável a leitura em razão das expressões regionais intraduzíveis. 

 

A seguir, passou-se ao jantar nesse restaurante muito bonito, recentemente inaugurado.  Tudo muito bom.  Os pedidos consistiram, basicamenteem sushi, polvo, e atum, de acordo com as preferências de cada uma das integrantes do Clube. Sobremesa repartida e, para beber, águas e vinho branco. Falou-se de series, filmes, postos de gasolina, e outros assuntos culturais (como sempre, hehe)

 

Por fim, foi mantida a escolha do livro “Os Amantes de Casablanca” de Tahar Ben Jelloun, para a reunião subsequente e marcada a próxima reunião para o dia 08 de outubro, uma terça-feira, no Restaurante Um Bar&Cozinha, (chef Carlos Kristensen), situado na Av. Mariland, 1388esquina Anita Garibaldi (junto à loja Grand Cru Vinhos).  Ao longo do mês, contudo, foi alterado o local da reunião de outubro, que restou marcada para o mesmo restaurante de setembro, o Mü.

 

Beijo às amigase até láTitina.