Ata de nossa reunião de 08 de outubro de 2024
Hora: 19:15h
Lugar: Restaurante MÜ, Rua Eudoro Berlinck, 260
Livro “Os Amantes de Casablanca” de Tahar Ben Jellou
Compareceram ao encontro 7 (sete) integrantes do clube: Cleo, Karen, Karin, Lídia, Lise, Suzana e Titina.
Enquanto degustávamos as entradas, tempura de camarão, novamente, e outras entradinhas, conversamos sobre variados assuntos: reflexões sobre arte, como o fato de um servente de limpeza ter colocado no lixo uma obra de arte que consistiria em uma lata de cerveja, em um museu holandês, mulheres bonitas, que continuam bonitas ao envelhecer, como a Garota de Ipanema, Catherine Deneuve, e outras. E mais alguns assuntos.
Falei sobre o autor, Tahar Ben Jellou, nascido em Fez, em 1º de dezembro de 1947. É um romancista, ensaísta, poeta e pintor franco-marroquino de expressão francesa. Venceu o Prêmio Goncourt de 1987 (o que nos impressionou). O autor morou no Marrocos até 1971 quando, diante do anúncio de que o ensino de filosofia no Marrocos seria arabizado, Ben transferiu-se para a França, conseguindo uma bolsa para se especializar em psicologia. Chega a Paris em 11 de setembro daquele ano. Desde então, a capital francesa converteu-se em seu lar. Em 1975, doutorou-se em psiquiatria social. Em 2006 tentou reinstalar-se na sua pátria, mas fracassou. Recorda-o assim: "Voltei ao Marrocos em 2006 com a intenção de ficar lá, mas foi difícil. Para viver em Marrocos há que conhecer os códigos e, ainda que eu os conheça, fatigam-me. Tive, ademais, más experiências familiares, de modo que terminei regressando a Paris. Amo o Marrocos, mas há duas coisas que não suporto - a falta de seriedade e a corrupção”. É o escritor francófono mais traduzido no mundo, vencedor de muitos prêmios literários.
A seguir, a Lídia resumiu o enredo. Trata-se de um romance que se passa em Casablanca, no ano de 2016. Nabile, médico pediatra, e Lamia, farmacêutica que administra uma grande indústria, com seus três filhos (uma adotiva), formam um casal moderno, bem-sucedido e entrosado. Até o dia em que Lamia se apaixona por Daniel, um homem de reputação duvidosa que vira seu mundo de cabeça para baixo. Seis meses depois, ela pede o divórcio. Qual será o futuro de uma mulher voluntariosa e desejante numa sociedade patriarcal, na qual a liberdade custa muito caro – sobretudo a liberdade feminina? Entre crítica social e romance psicológico, o livro narra a história de um casamento, não uma história de amor. A personagem Lamia, é bastante incoerente. Uma mulher descrita como forte, batalhadora, profissional, cai em uma história superficial e banal com Daniel. O casamento é mostrado como uma mera convenção social, que coloca os personagens na condição de bem-sucedidos perante a sociedade. Os filhos do casal não fazem parte da relação familiar. Sua existência é apenas registrada. Há frieza nas relações, destituídas de afeto, inclusive com os pais dos personagens principais. O livro relata uma sociedade em que coabitam judeus e muçulmanos. A prosa do autor se mostrou arrastada, com narrativas previsíveis, limitando a profundidade emocional.
O livro não foi apreciado pelo Clube, embora se tenha admitido que forneceu alguma dose de entretenimento. Poderia ter aprofundado as motivações dos personagens. Cogitou-se que o autor tenha utilizado alguma história de seus pacientes, ou de vários. E, além de tudo, a capa era muito feia. A pior capa de livro que o Clube já viu!
Mas, apesar de suas limitações, o fato é que o livro desencadeou a abordagem de vários assuntos relacionados a casamento, separações, traições, amantes, amores e desamores, telefonemas anônimos e muito mais.
A seguir, passou-se ao jantar, muito bom. Os pedidos consistiram, em sushi, atum selado, etc, de acordo com as preferências de cada uma das integrantes do Clube. Sobremesa repartida e, para beber, águas e vinho branco.
Foi tirada a foto.
Por fim, foi escolhido o livro “Bom Dia Tristeza” de François Sagan, para a próxima reunião, marcada para o dia 06 de novembro, uma quarta-feira, em local a ser definido em data mais próxima.
Beijo às amigas, boas leituras, e até lá, Titina.