Todo mundo já ouviu a
expressão "fazer do limão, uma limonada", no caso deste livro, do
fruto murcho, fizemos uma deliciosa torta de limão!!! Nossa! Que crítica
mordaz...O que fazer? A Mudança, do chinês Mo Yan, deixou muito a desejar.
Talvez, porque pensássemos ter mas mãos uma pequena pérola do Prêmio Nobel de
Literatura. Provavelmente, porque lemos a história quase biográfica, esperando
por um final que desse sentido à sucessão de fatos meio sem graça da vida do
autor. Certamente, porque depois de Hosseini, Mo nos deixou com a sensação de
ter lido uma crônica alongada (definição da Karen), de uma história vista
superficialmente, sem posicionamento e cujo fim, não trouxe satisfação ou
surpresa.
Mas vamos a nossa deliciosa
reunião, a torta! O cenário é a casa da Arletinha. Lindo arranjo floral para
receber as amigas do Clube de Leitura Toscana, petiscos de ótimo gosto e
bebidas na mesa de centro e convidadas relaxadas, ouvindo da Titina a
apresentaçäo o autor. O chinês, cuja trajetória nós conhecemos um pouco através
do livro, é representante do Realismo Fantástico, e comparado a Garcia Marques.
Segundo nossa Presidente, contou, na vida de seu amigo He Zhiwu, personagem que
era o alter ego do autor, a história da China nos últimos 50 anos. O que porém,
não acontece é o peso do julgamento, da tomada de posição, tudo é muito sutil.
Cléo disse que a obra não lhe acrescentou nada, Lise considerou sem sal, bobo,
enquanto Denise - que estava dodói e portanto mais quieta- caracterizou como
infantil, a narrativa de Mo Yan.
Diante de tanta
insatisfação, surge dentro do grupo uma insurreição, encabeçada pela Evelyn,
que lamenta não termos escolhido ler Clarice Lispector. Evy cita vários
intelectuais que têem contos da autora na cabeceira e, ao mesmo tempo em que
Cléo, Suzana e Titina, se animavam na contestação, nossa Lidinha intervém,
lembrando que a escolha de "A Mudança" foi votada e, sendo assim, não
era justo o questionamento. A Lispector e sua barata deveriam esperar...Agora
era a vez de Mo e seu Gaz 51
Sempre aprimorando a
receita da nossa torta, Suzana nos leu uma matéria da ZH com declarações do
escritor José Castello, durante a Jornada de Literatura de Passo Fundo. O
biógrafo, cronista, crítico e professor ressaltou a particularidade de autores
como Guimarães Rosa, Clarice Lispector e José Saramago, que se tornam
inconfundíveis por seus estilos totalmente singulares. Mas, segundo Castello,
existe uma tendência de internacionalização da literatura brasileira, imposta
pelos editores que interpretam a tendência do mercado que deseja um texto
médio, leve, rápido, em resumo, mais vendável. Cléo aproveita a deixa e comenta
matéria da Veja, onde Lobão declara que o mesmo vem acontecendo com a música .
Arlete levanta e volta a
sentar continuamente. Está preocupada com as bebidas, com a mesa, com a
cozinha...Porém ainda há tempo para que Titina nos lembre uma frase
interessante do livro de Mo Yan, "...mudar de lugar pode ser ruim para as
plantas , mas faz bem aos homens "- as mudanças .Ela também recordou a
engraçada situação em que a bolinha de ping-pong de Lu Wenli foi parar na boca
do professor Liu - as coincidências...Karen achou o máximo que Zhiwu escolheu
casar-se com um mulher feia - as estratégias... Lise incomodou-se com a
declaração de Lu Wenli : "O homem de mais de cinquenta está no seu auge,
mas a mulher...vira uma bruxa velha" - as conclusões.
O jantar foi servido!
E que jantar... Estava maravilhoso! Não tivemos que votar o próximo livro, pois
já estava definido "Livre" de Cheryl Strayed. Fizeram muita falta
Karin, em New York, e Malu, na Jordânia. A Karinzita, inconsolável por não
estar conosco! Passou todo o encontro mandando mensagens pelo whatsapp, no
novíssimo grupo criado pela nossa consultora para assuntos cibernéticos, áudio
e vídeo, a incansável Evelyn! Eu, como é possível identificar pelas fotos,
estava ainda em recuperação do meu processo de aprimoramento visual...por isso
peço também desculpas pela demora na postagem da ata, pois pela sensibilidade
ocular, tive muita dificuldade em estar na frente do PC por mais de dez
minutos. Foi preciso ir fazendo aos poucos...espero ter retratado bem nossos
intensos momentos...
Ahhhhhh, falando em
intensidade... Como posso definir os debates e assuntos que tivemos na mesa
redonda de jantar da Arletinha? Acho que já que falei em torta até agora, o
jantar e seu debate "very hot", foram a cerejinha que completou nossa
noite. Voltamos pra casa leves, felizes. As mensagens iam e vinham, o sabor do
encontro foi prolongado e, tenho certeza, está sendo sentido agora, quando
encerro esta ata e me despeço:- até a próxima reunião dia 25 de setembro, na
casa da Karin!
Beijo,
Andrea
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