Em período de eleições, o Clube de Leitura Toscana, ainda
que sem saber, protagonizou um episódio de escolha que, em muito, se assemelha as
facetas de uma eleição de verdade. Na última reunião, havíamos escolhido, como
sempre fazemos, por maioria, o texto “À Noite Andamos em Círculos". Porém, após
tentar lê-lo procurando atrativos que a estimulassem, nossa
Presidente, saindo de viagem, mandou mensagem trocando o livro por “Sal”de
Letícia Wierzchowski. Segundo Lídia, a leitura não decolava e estava “um saco”.
Pensando em salvar seu povo do martírio, ela rapidamente alterou o programa e
deu uma guinada na campanha propondo um livro aprazível, uma história familiar,
daquelas que tanto agradam as massas. Pois bem... o tiro saiu pela culatra...
Havia quem já estivesse lendo e gostando como a Titina,
havia quem não tivesse tempo hábil para mudar, como a Suzana e quem quisesse
ler os dois, como a Evelyn. É assim... o povo nunca está satisfeito... A Cléo
tentou ir em frente, mas não passou da metade, mesmo tendo lido coluna do Luciano
Alabarse que recomendava o peruano Daniel Alarcòn. Enfim... Nossa sempre
democrática Presidente, resolveu, então, debater os dois livros, começando pela
narrativa, da primeira obra, para quem não havia lido. Mas antes de entrar neste argumento farei um
parêntese de conteúdo mais agradável.
Chegamos na casa da Evy e fomos conduzidas à cobertura, nosso
local para os trabalhos! A primeira
vista, já estava lá uma encantadora mesa de centro com as lembrancinhas
personalizadas, docinhos temáticos e uma belíssima orquídea de cor rosa amizade! A
anfitriã providenciou um garçon que, mesmo chegando atrasado (para ela), nos deixou
faltar nada entre bebidas e petiscos. Já se via a mesa de refeições decorada
com esmero e sentia-se o perfume delicioso que subia pela escadaria vindo da
cozinha. Estava garantido mais um encontro de sucesso! Pra minha surpresa, e creio que de
outras colegas também, quem vem ao
encontro é a Malu. E, acreditem se quiserem, mas como já é sua característica,
com o livro lido em dois dias. Obviamente, o livro ‘errado', pois até então ela estava fora do whats app e portanto sem atualizações. Tivemos as ausências da Denise que está na Italia estudando, da Karin, na França saracoteando e da Karen com uma indisposição...
Titina começa então, a contar a história do ponto onde Lídia
parou de ler ... depois que eles foram pro interior. Evelyn, Suzana (com seu colar inspirador) e Malu que gostaram
da leitura, ajudam, complementam com detalhes. O enredo é complicadíssimo. E, mesmo pra quem leu, não foi possível
entender quem era o narrador que
apareceu do nada lá pelo final do livro
e o que vai acontecer com o coitado do Nelson. Aliás, do Nelson veio a
reflexão que marcou as colegas leitoras, principalmente por ser personagem tão
jovem "... ele temia a velhice prematura das oportunidades perdidas ... " E mais, depois de chegar ao fim, a pergunta
que não quer calar: QUEM MATOU MINDO??? Com todas estas dúvidas e a função de
assassinato, cadeia, mentiras... Achei que o livro não era um candidato ficha
limpa e muito me alegrei em ter seguido a Presidente na indicação da Arletinha
para “SAL”.
Cléo se levanta, papelzinho na mão. Fez um resumo poético da obra de Leticia Wierzchowski. Lídia começa a contar esta história, já que, do mesmo modo, algumas não leram "SAL". Falamos sobre as simbologias, sobre o amor gay, sobre o amor familiar e, como lamentou a Lisinha, com toda a razão, poderíamos ter falado muito mais de "SAL”. Eu adorei esta mãe espetacular, Cecília, que questionava "... a tolice que sustenta as regras do mundo" e que criou seis filhos, mas pensava somente em ser abraçada por doze braços.
Fomos pra mesa e a discussão foi se misturando
a fatos do nosso dia a dia, acabamos abandonando Cecília ao seu farol.
Cléozinha, que estava com a ociticina a mil, desta vez quis fazer um brinde,
que no final foram três... O primeiro a
querida Evy, cuja recepção foi sinônimo de carinho, o segundo, a tudo que é
legítimo como a nossa amizade (-eu sinto vocês como irmãs!) e o terceiro, a viagem dela que não saiu, pois graças a greve da Air France, nossa fashionista
pôde estar presente.
Mas voltando ao assunto das eleições, no caso desta reunião,
verificamos também escolhas individuais, que cada uma de nós se sentiu no
direito de fazer. Havíamos escolhido um livro, como sempre livre e
democraticamente. Nossa líder no intuito de nos livrar daquela que, até então havia se demonstrado uma leitura
sacal, mostrou-nos outro caminho e nós resolvemos seguir de diferentes
formas e por diferentes motivos. Nossas experiências pessoais e momentos de
vida são tão diferentes, que algumas adoraram “À Noite Andamos em Círculos”,
outras não conseguiram passar da metade e trocaram, algumas foram direto para
“SAL”, pois ainda não haviam iniciado o primeiro, mas as mais fiéis e
determinadas, serão as que lerão os dois pois o grande objetivo do Clube é ler,
mais e mais...
E já que estamos falando de escolhas, nos cabia a decisão
sobre o próximo livro. Lise sugeriu Alice Munro, Suzana trouxe várias
indicações, assim como a Lidinha. Ficaram para o segundo turno “Mr Gwyn”de
Alessandro Baricco e "Casa Rossa" de Francesca Marciano. Numa votação
apertadíssima elegemos “Mr Gwyn” para ser discutido no dia 5 de novembro, na
churrasqueira da Arlete . Mas ainda não era tudo...vejam a
percepção e sensibilidade de nossa Presidente: ela propõe que o segundo livro,
que foi tão apreciado como sugestão, seja lido para a nossa reunião de
encerramento em dezembro. Portanto, como impossível em uma eleição real,
conseguimos ter dois eleitos, dois vencedores, duas belas obras que terão
chance de mostrar seus encantos a este seleto grupo de leitoras irmãs.
Bjs a todas e
Boa leitura!
Andrea
Um comentário:
Que maravilha, beijo Lisette.
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