REUNIÃO DE 27 DE ABRIL DE
2016 – NÚMERO ZERO
Nesta
data foi realizado nosso segundo encontro do ano. Em minha casa, contando com a
presença de Lise, Malu, Suzana, Karin, Titina, Arlete, Cléo, Denise, Andréa e
Evelyn. Lidia e Karen não compareceram.
Após
momentos de confraternização, de bate-papo informal do início de nossas
reuniões, no aguardo de todas chegarem,
a Andréa assumiu o comando, na falta da nossa querida presidente
enferma.
Como
sempre, Titina apresentou o autor Humberto Eco, italiano, nascido em Milão,
professor, etmólogo, escritor, falecido este ano.
Foram
lidas algumas críticas sobre o livro. A trama gira em torno de um jornal, com
um redator paranoico, reescrevendo notícias de fatos passados a partir do
conhecimento presente. Reconstitui 50 anos de história , abordando atentados,
pseudos assassinatos, discutindo a morte de Mussolini, na defesa de que não
seria seu o cadáver histórico. Verdadeiro manual do mau jornalismo, situado no
ano de 1992 e se debruçando de maneira grotesca sobre os acontecimentos do fim
da II Guerra até os dias de hoje.
Mostra
e demonstra como as notícias são manipuladas, engrandecidas ou desvalorizadas
de acordo com a vontade manipuladora da mídia.
Discussões
e debates se seguiram, destacando o fato do livro nos permitir comparar o
passado com o momento político que atravessamos.
Cléo
salientou que o valor do livro é
possibilitar , justamente, um comparativo com nosso momento.
Andrea
comentou a situação na Itália na época em que os juízes Borsalino e Falcone
foram assassinados, o envolvimento da Máfia que se infiltrava na política, o
fim do partido Democracia Cristã. Salientou, também, que o povo italiano tem um
conceito de honra diferente bem forte, ao se sentirem desonrados muitas vezes
se suicidam ou ao menos abandonam seus cargos. Ao contrário, no Brasil, os
culpados denunciam e parecem se livrar da culpa, não sentem a desonra como
motivo que os leve a se demitir e muito menos se suicidar…
Muito
debate renderam as posições políticas, propinas, escândalos…e não poderia ser
diferente, tendo em vista a situação política atual.
Muitas
discussões paralelas, distanciando-se de nosso debate do livro, sobre os
artistas da Globo e suas posições, egoísmo do meio político, prepotência dos
ocupantes de altos cargos.
E
canapés, e vinho, e espumante…
Tentando
retornar, Cléo citou a página 153 do livro, onde discutem fazer um artigo sobre
honestidade, salientando a sempre modernidade do tema.
Denise
acrescentou que as pessoas chaves validam as coisas que se quer que o povo
acredite, aceite e dê importância e como são usadas pelos políticos,
jornalistas, etc. Exemplo atual – Friboi.
Avaliando
o livro, houve unanimidade sobre a leitura não ter agradado.
Lise
abordou o fato do autor ser semiólogo, especialista em medievalismo, midiólogo
– transmissão da informação –preocupando-se, portanto, com a importância da
comunicação e com a simbologia das palavras.
Evelyn
salientou que ele foi um crítico das redes sociais, valorizando muito a
escrita.
Cléo
considera que a ideia do livro foi excelente, mas que não flui . muito confuso,
movimento rápido, que ele tem uma visão
da mulher, da história, da comunicação, mas que foi ficando chatinho, não
desenvolveu o esperado.
Eu,
Malu, achei chatérrimo. Denise comparou com um conto, onde foram dadas
pinceladas, mas que não avançou, não cativou.
Andréa
gostou da história do lançamento do celular, um tijolão, e contou que ganharam
um, ficaram estudando o aparelho e tiveram certeza que não ia colar…e venderam
a um amigo. E hoje não vivemos sem...
Muitos
debates sobre as notícias policiais da semana – policiais que mataram bandidos
e a crítica da Graziotin sobre o direito dos “garotos”à vida e que foram
executados…Defesa dos policiais, mal equipados, mal armados, sempre em total
desequilíbrio com os carros e armas dos bandidos. Acaloradas, discutimos os
assassinatos disfarçados de acidentes de avião, etc, em nosso país,
Difícil retornar o debate literário!
Resumindo, Cléo achou fácil de ler, mas chato, Andréa achou sem
conteúdo, Suzana achou que não envolveu, eu, Malu, só li por obrigação, achando
que as 20 páginas finais foram impossíveis de digerir.
Passamos à indicação do novo livro.
Cléo indicou Atado de Ervas, mas foi
salientado que tem muitas críticas negativas.
Denise
sugeriu Que ninguém nos ouça, sobre uma terapia virtual, escrito a 4 mãos por
Leila Freire e Vris Guerra.
Titina
sugeriu A casa do Céu, sobre uma jornalista mantida em cativeiro na Somália.
O
Amante Japonês de Isabel Allende e Crime e Castigo também foram sugeridos.
Passou-se
à votação e o vencedor foi Que Ninguém
nos Ouça.
Novo
debate, a respeito de ata, blog, quem faz, quem coloca, necessidade de se
alternar nestas tarefas, mais cooperação…
Resumindo,
houve muita discussão paralela, muitos assuntos abordados a partir de algum
gancho surgido da leitura ( ou não ), política, nosso blog, Brasil-Itália, numa
gostosa síntese de nosso momento e da maneira de ser de nosso povo.
A
seguir, mais leves, todas passamos à mesa, onde foi servida a salada, seguida
de bacalhau às natas. E muita conversa gostosa.
Sobremesa
de sorvete e maçã e cafezinho encerraram nosso encontro.
Na
despedida, cada uma levou uma mousse de chocolate, receita da casa, e uma
rosa-miniatura para alegrar os olhos e o paladar.
E,
como costuma ser, trocamos mensagens no Whats, carinhosas e alegres, num boa
noite e até a próxima de um grupo de amigas que curtem juntas um mesmo
interesse.
O
próximo encontro será na Lidia em 8 de junho, com o livro Galveias.
Beijos,
Malu
Beijos,
Malu
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