Por sugestão de uma amiga interessada em reunir o grupo e incentivar a leitura, criamos de forma bastante informal, um CLUBE DE LEITURA que está em plena atividade e já debate (outubro de 2011) seu quarto livro. Nossos encontros são mensais e  recheados de muitas discussões. Como não somos experts, muito menos críticos literários, debatemos os sentimentos que os livros nos proporcionam, o que tem se mostrado muito rico do ponto de vista do crescimento individual e da convivência coletiva fraterna.
         A criação deste Blog é para que registremos a trajetória do Clube. O nome TOSCANA, surge para homenagear  aquela região italiana que, após  uma viagem que fizemos ( entre 11 casais)  para visitá-la, em abril de 2011, ela ficou indelevelmente marcada nos nossos corações. Como a criação do CLUBE DE LEITURA,  decorreu da parceria desenvolvida naquela viagem, a continuidade  do convívio daquele grupo (hoje ampliado), também justifica a homenagem.
         Este  Blog, que é restrito às participantes do CLUBE DE LEITURA TOSCANA, poderá conter  toda espécie de comentários, sugestões e propostas referentes a livros (lidos ou não), filmes, músicas,  peças teatrais e/ou shows , sobre os quais queiramos compartir impressões.
Bem vindas amigas!

segunda-feira, 27 de junho de 2016

NÚMERO ZERO - UMBERTO ECO








REUNIÃO DE 27 DE ABRIL DE 2016 – NÚMERO ZERO

          Nesta data foi realizado nosso segundo encontro do ano. Em minha casa, contando com a presença de Lise, Malu, Suzana, Karin, Titina, Arlete, Cléo, Denise, Andréa e Evelyn. Lidia e Karen não compareceram.
          Após momentos de confraternização, de bate-papo informal do início de nossas reuniões, no aguardo de todas chegarem,  a Andréa assumiu o comando, na falta da nossa querida presidente enferma.
          Como sempre, Titina apresentou o autor Humberto Eco, italiano, nascido em Milão, professor, etmólogo, escritor, falecido este ano.
          Foram lidas algumas críticas sobre o livro. A trama gira em torno de um jornal, com um redator paranoico, reescrevendo notícias de fatos passados a partir do conhecimento presente. Reconstitui 50 anos de história , abordando atentados, pseudos assassinatos, discutindo a morte de Mussolini, na defesa de que não seria seu o cadáver histórico. Verdadeiro manual do mau jornalismo, situado no ano de 1992 e se debruçando de maneira grotesca sobre os acontecimentos do fim da II Guerra até os dias de hoje.
          Mostra e demonstra como as notícias são manipuladas, engrandecidas ou desvalorizadas de acordo com a vontade manipuladora da mídia.
          Discussões e debates se seguiram, destacando o fato do livro nos permitir comparar o passado com o momento político que atravessamos.
          Cléo salientou que o valor do  livro é possibilitar , justamente, um comparativo com nosso momento.
          Andrea comentou a situação na Itália na época em que os juízes Borsalino e Falcone foram assassinados, o envolvimento da Máfia que se infiltrava na política, o fim do partido Democracia Cristã. Salientou, também, que o povo italiano tem um conceito de honra diferente bem forte, ao se sentirem desonrados muitas vezes se suicidam ou ao menos abandonam seus cargos. Ao contrário, no Brasil, os culpados denunciam e parecem se livrar da culpa, não sentem a desonra como motivo que os leve a se demitir e muito menos se suicidar…
          Muito debate renderam as posições políticas, propinas, escândalos…e não poderia ser diferente, tendo em vista a situação política atual.
          Muitas discussões paralelas, distanciando-se de nosso debate do livro, sobre os artistas da Globo e suas posições, egoísmo do meio político, prepotência dos ocupantes de altos cargos.
          E canapés, e vinho, e espumante…
          Tentando retornar, Cléo citou a página 153 do livro, onde discutem fazer um artigo sobre honestidade, salientando a sempre modernidade do tema.
          Denise acrescentou que as pessoas chaves validam as coisas que se quer que o povo acredite, aceite e dê importância e como são usadas pelos políticos, jornalistas, etc. Exemplo atual – Friboi.
          Avaliando o livro, houve unanimidade sobre a leitura não ter agradado.
          Lise abordou o fato do autor ser semiólogo, especialista em medievalismo, midiólogo – transmissão da informação –preocupando-se, portanto, com a importância da comunicação e com a simbologia das palavras.
          Evelyn salientou que ele foi um crítico das redes sociais, valorizando muito a escrita.
          Cléo considera que a ideia do livro foi excelente, mas que não flui . muito confuso, movimento rápido, que  ele tem uma visão da mulher, da história, da comunicação, mas que foi ficando chatinho, não desenvolveu o esperado.
          Eu, Malu, achei chatérrimo. Denise comparou com um conto, onde foram dadas pinceladas, mas que não avançou, não cativou.
          Andréa gostou da história do lançamento do celular, um tijolão, e contou que ganharam um, ficaram estudando o aparelho e tiveram certeza que não ia colar…e venderam a um amigo. E hoje não vivemos sem...
          Muitos debates sobre as notícias policiais da semana – policiais que mataram bandidos e a crítica da Graziotin sobre o direito dos “garotos”à vida e que foram executados…Defesa dos policiais, mal equipados, mal armados, sempre em total desequilíbrio com os carros e armas dos bandidos. Acaloradas, discutimos os assassinatos disfarçados de acidentes de avião, etc, em nosso país,
          Difícil retornar o debate literário!
          Resumindo, Cléo achou fácil de ler, mas chato, Andréa achou sem conteúdo, Suzana achou que não envolveu, eu, Malu, só li por obrigação, achando que as 20 páginas finais foram impossíveis de digerir.
          Passamos à indicação do novo livro.
          Cléo indicou Atado de Ervas, mas foi salientado que tem muitas críticas negativas.
          Denise sugeriu Que ninguém nos ouça, sobre uma terapia virtual, escrito a 4 mãos por Leila Freire e Vris Guerra.
          Titina sugeriu A casa do Céu, sobre uma jornalista mantida em cativeiro na Somália.
         O Amante Japonês de Isabel Allende e Crime e Castigo também foram sugeridos.
          Passou-se à votação e o vencedor foi  Que Ninguém nos Ouça.
          Novo debate, a respeito de ata, blog, quem faz, quem coloca, necessidade de se alternar nestas tarefas, mais cooperação…
          Resumindo, houve muita discussão paralela, muitos assuntos abordados a partir de algum gancho surgido da leitura ( ou não ), política, nosso blog, Brasil-Itália, numa gostosa síntese de nosso momento e da maneira de ser de nosso povo.
          A seguir, mais leves, todas passamos à mesa, onde foi servida a salada, seguida de bacalhau às natas. E muita conversa gostosa.
          Sobremesa de sorvete e maçã e cafezinho encerraram nosso encontro.
          Na despedida, cada uma levou uma mousse de chocolate, receita da casa, e uma rosa-miniatura para alegrar os olhos e o paladar.
          E, como costuma ser, trocamos mensagens no Whats, carinhosas e alegres, num boa noite e até a próxima de um grupo de amigas que curtem juntas um mesmo interesse.
          O próximo encontro será na Lidia em 8 de junho, com o livro Galveias.

Beijos,

Malu







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