E eis que lemos A Lebre
Com Olhos De Âmbar, livro denso de conteúdo, conceitos e informações. Assim foi
também nossa frutífera reunião. Evelyn nos recebeu com a porta aberta e um
gritinho de: Venham aqui pra cima!!! O estacionamento interno gratuito, os vinhos de todas as cores, os palitinhos de
queijo e aperitivos, a comida da Jurema e aquele sorriso de anfitriã que faz
tudo pra agradar suas queridas amigas do Clube de Leitura Toscana, foi perfeito!
Bom, nem tudo... A Titina, chegou atrasada e como se não
bastasse, não trouxe a biografia do autor. Parece que apresentou atestado à
Presidente e, como falou em irmos a Parati,
imagino que tenha sido perdoada. Eu também perdoaria, afinal, com aquele
vestido floreado e as covinhas do seu sorriso, quem não relevaria...
A presidenta Lídia, cada vez mais empenhada e profissional,
fez resumos por períodos históricos, que foram entregues a todas para orientar
o debate. Começou, lendo em voz alta, a
Denise, com o trecho que se referia a Paris. A relação da personagem Charles com artistas e
obras tão conhecidas e importantes, impressionou, como também seu comportamento
cheio de usanças consideradas ousadas até para o nosso tempo. Suzana comentou
que a vida dele devia ser ótima, mas ler sobre ela foi um pouco enfadonho.
Depois foi a vez da
Lise nos apresentar o período Vienense. Mais triste, menos brilhante que o
primeiro. Algumas gostaram de Viktor, Lise adorou Elizabeth (sua chará), e todas se impressionaram com
Emmy ; marido, filhos, e muitos amantes... As piadinhas foram inúmeras! Falavam
e depois me olhavam, pedindo piedade e implorando para que eu não
escrevesse. Tava complicado pra mim... De
um lado a Denise , me ditando as frases que eram ditas, na minha frente a Lise
e a Suzana me pedindo pra poupá-las e as apimentadas Cléo e Karin, arrepiando
nas declarações...
A Segunda Guerra Mundial ficou a cargo da leitura da Karin
com sua pronúncia impecável do alemão. Aqui, a tristeza realmente predominou. A
decadência, a destruição, as fugas e as mortes. Perdas, é sempre difícil lidar
com elas. Karin contou a história dos pais, que, em lua de mel, acabaram por “
assistir “ a Guerra toda. Arletinha leu o trecho em que Elizabeth descreve sua
volta a Viena após o conflito e define todo o sofrimento no som de uma voz e
seu efeito. Refletimos sobre as injustiças cometidas e sobre como um sequestro
de bens é também um sequestro de identidade e de história .
Por fim, quando já estávamos totalmente inquietas e a
concentração havia se esgotado... Enquanto
eu ajudava a Evelyn a, literalmente, arrancar a rolha dos vinhos, Lidia leu a
resenha sobre Tóquio. Falamos um pouco
sobre o General McArthur e suas medidas quando comandou a ocupação americana no Japão e, enfim, passamos a pensar no próximo livro.
Estava definido o Último Judeu, mas como a temática da Lebre
já abordava o povo judeu, a colega Arlete, ameaçou se abster da próxima
leitura, visto que também havia lido recentemente o Cemitério de Praga e preferia
algo mais leve. Aliás todas queriam algo mais leve... Por leve, entenda-se ...
bem, não ficou muito claro... A verdade é que pela primeira vez, 3 membros
trouxeram o mesmo livro para indicar: 50 Tons de Cinza de E L James. Evelyn, Titina e Cléo indicaram, mas outras
tantas já tinham ouvido falar e estavam curiosíssimas... Então, em busca da
leveza e, pelo que pude intuir, da descontração total, o livro para o dia 28 de
agosto é este. Salve-se quem puder!!! Venham todas, esta reunião promete...
5 comentários:
Ai que saudades que eu estava dessa nossa Redatora Oficial. Brilhante, como sempre. Descriçao perfeita de nossa reunião. Aguardo ansiosa o proximo encontro. bj
Obrigada querida!
Acho que nos divertimos horrores e só vai melhorar!
bjoca
Queridas amigas leitoras, Muito bom nosso encontro! Demorei para fazer o registro, por falta de tempo, envolvida com outras atividades, pessoais, familiares e profissionais, e também pq tive que aprender a me manifestar no nosso blog. Espero ter aprendido certinho, he, he. Ótimo nosso encontro, o jantar, o carinho da anfitriã, a companhia das queridas amigas - eu estava com saudades. Ótima, também, como sempre a ata de nossa querida e criativa redatora oficial. Bem fidedigna, exceto quanto à biografia do autor,he, he, de novo. Levei tudo preparadinho, queridas, mas como cheguei atrasada, involuntariamente, registre-se (missa de formatura da minha filha Mariana, em psicologia) e como havia muito o que comentar e ler e debater a respeito do livro, acabamos sem tempo. Aproveito para colar abaixo o resuminho que eu tinha preparado, sobre o autor. E prometo não chegar atrasada nos próximos, para apresentar as biografias na hora certa, antes de debatermos o livro. Aí vai, bom fim de semana a todas, bjo, Titina:
O nosso escritor desse mês é Edmund Waal. Ele é um ceramista de renome mundial, que vive em Londres. Nasceu em 1964. Estudou literatura em Cambridge e também no Japão. O livro “A Lebre com Olhos de Âmbar”, segundo Edmund, se constitui essencialmente na biografia de uma coleção de netsuquês. É, porém, de forma indireta, a biografia de sua família. O foco, contudo, é na coleção de netsuquês, como a coleção começou, por onde andou, em que locais foi guardada, etc. A partir daí, toma-se contato com a vida da família do autor. É contada a ascensão e a queda de uma dinastia judaica. Por via reflexa, tem-se um panorama da vida cultural na Europa do final do sáculo XIX ao século XX, e dos problemas enfrentados no continente, as duas guerras mundiais, a perseguição aos judeus, etc. O livro trata ainda da diáspora do povo judeu e da sobrevivência dos objetos. A coleção passa por quatro proprietários e é guardada em quatro lugares, conforme contado no livro:
1. Na sala de Charles, em Paris;
2. No quarto de vestir da bisavó do autor, Emmy, no Palais Ephrussi, em Viena, ao alcance de seus filhos (dentre os quais a avó do autor);
3. No quarto de do tio do autor, irmão de sua mãe, Ignace ou Iggie, em Tóquio;
4. E, por fim, na casa do próprio escritor, em Londres, ao alcance de seus filhos, como estivera ao alcance de sua avó quando criança.
O autor recebeu o prêmio Costa Booking Awards em 2010 pelo livro, na categoria biografia. Trata-se de um prêmio prestigiado no Reino Unido, que premia autores do Reino Unido e Irlanda com 5.000 libras. O livro já foi publicado em 20 línguas.
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